quinta-feira, 28 de abril de 2011

GESTÃO DE ESPORTE:

Uma ferramenta para estagnação dos clubes alagoanos:



Cláudio Vilemon



                             É difícil iniciarmos uma discussão sobre este assunto quando se trata de Brasil. Culturalmente possuímos um pensamento contrário a todos os temas que englobam gestão especializada, principalmente quando vamos tratar de esporte. Desta mesma forma, pudemos notar em alguns clubes do Brasil melhoras significativas em sua produção, principalmente fora dos campos e conseqüentemente dentro deles. Hoje, já é possível vermos algumas equipes encerrando suas temporadas em superávit e podendo, desta forma, se planejar melhor para as temporadas seguintes. Isso se deve não a privatização destes clubes, porém a um modelo de gestão que vem se aplicando em muitos deles, onde se consegue adaptar juntamente aos vice-presidentes, diretores executivos profissionais para cada área de um clube. Mas, a questão é: um clube pode e/ou deve ser gerido como uma empresa?  A meu ver, a resposta correta é sim. É só fazermos uma breve analogia de uma empresa que busca êxito em suas vendas, a um clube que também quer o sucesso em campo. Nenhum clube irá montar uma boa equipe se não consegue contratar bons jogadores, e estes, por sua vez jamais virão se não receberem seus salários em dia. Apenas nestes dois aspectos já descobrimos dois departamentos, um administrativo e outro financeiro, porém um clube é muito mais do que estes dois fatores citados acima, o que se presume necessitar de muito mais atenções do que isto. Ou seja, neste breve parágrafo, já pudemos notar a semelhança de um clube a uma empresa em seu aspecto burocrático. Esta resistência para que um sistema de gestão aconteça, é por termos muitas vezes, não só no esporte, mas, também em muitos outros lugares, pessoas despreparadas desempenhando funções das quais elas não estão aptas. Isto faz com que tenhamos uma estagnação ou até mesmo uma regressão em qualquer sistema evolutivo que determinada instituição possua. É difícil limitarmos as possibilidades de uma boa gestão, principalmente a esportiva, pois esta tem como consumidor, um público apaixonado e o melhor, fiel. Cada vez impressionam mais as possibilidades que os clubes e entidades esportivas têm apresentado como recursos para obterem os resultados traçados em seus planejamentos. Departamentos de marketing dobrando suas receitas e inovando ação após ação e com isso gerando novos investimentos para os clubes. Uma boa gestão pode trazer melhorias também dentro de campo, exemplificando com o investimento de novos laboratórios fisiológicos, de fisioterapia e centros de recuperação. Um bom departamento de RH pode ser responsável pela contratação de profissionais capacitados, os mesmos que irão cuidar dos jogadores que entrarão em campo em busca dos resultados que a empresa (clube) busca. A maior dificuldade enfrentada nessa situação, é a questão política, que infelizmente ainda é um fator que contribui negativamente no esporte nacional. Mesmas pessoas no poder durante anos, administrações autoritárias, e não democráticas integrantes de entidades beneficiadas pela manutenção do poder e outras mais coisas. Uma das formas de se alterar este tipo de conduta seria a própria mudança dos estatutos destas organizações e clubes esportivos, para que estes passem a ter regras internas como um ou no máximo dois mandatos por candidato, vice-presidentes remunerados, para que assim, possam ser escolhidos de forma profissional, priorizando a sua competência e não sua força política. Porém, é quase que hilário propormos algo neste sentido. Para que os clubes pudessem ter iniciativas para esta mudança em sua administração, regulamentos poderiam ser criados para beneficiar as equipes que possuíssem melhor conduta em suas administrações. A gestão não é algo simples, é uma ciência que pode, e deve ajudar no gerenciamento de qualquer empresa, ela é uma ferramenta para o sucesso de entidades esportivas, quaisquer que sejam elas. Muitas pessoas não vêem o negócio que há por trás do esporte, mas este é sim uma realidade neste mundo. Milhões de empregos são gerados através dele, direta e indiretamente, desde os jogadores que promovem os espetáculos, até mesmo o produtor de milho da pipoca que é vendida nos estádios em dias de jogo. A gestão esportiva precisa ser levada a sério e estudada profundamente, para que o esporte no Brasil seja encarado com outros olhos e possamos desfrutar inteiramente das suas possibilidades.


                                                                                                                                                                                                                                                                            

                                                                                                                                                

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